"ESQUECIDOS PELA PÁTRIA" - Não deixem de ver, amanhã, 4ª feira, logo depois do Telejornal. Não são só os de pele branca que ainda hoje sofrem as consequências da Guerra de África. Há muitos negros que combateram ao nosso lado e que a Pátria desprezou.
Programa LINHA DA FRENTE, na RTP 1
terça-feira, 31 de maio de 2011
quinta-feira, 26 de maio de 2011
A GUERRA DE ÁFRICA - PUBLICAÇÕES
“DIAS DE CORAGEM E DE AMIZADE”
“PICADAS E CAMINHOS DA VIDA NA GUINÉ”
(http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search?updated-max=2011-05-20T16%3A59%3A00%2B01%3A00&max-results=31)
Chega esta Quinta-feira, dia 26, às livrarias, o livro “Dias de Coragem e de Amizade”.
Este livro reúne o testemunho de 50 antigos Combatentes que contaram ao jornalista Nuno Tiago Pinto, as suas experiências mais marcantes, numa altura em que se celebram os 50 anos do início da Guerra de África.
“PICADAS E CAMINHOS DA VIDA NA GUINÉ”
Foi apresentado no passado dia 20, no Museu Militar do Porto, o livro “Picadas e caminhos da vida na Guiné”, da autoria de Fernando de Sousa Henriques (foi Alferes Milº de Operações Especiais/Ranger na CCAÇ 3545/BCAÇ 3883 e esteve em Canquelifá – Guiné em 1972/74).
Trata-se de um relato de viagem rocambolesca de retorno a um País – Guiné (Bissau) – passados que foram mais de 36 anos. Paralelamente, procura relembrar as vivências doutros tempos difíceis e “sofridos” em que, em nome do Dever, se combatia e sofria. Utilizando a terminologia e o calão da altura, descreve a viagem de um pequeno grupo que pretendia revisitar os locais onde cada um dos seus elementos tinha estado em tempo de Guerra.
Interessante o conjunto de situações e de coincidências que acabam por ter lugar naquele longo e intenso deambular por Terras do Fim do Mundo e onde foram recebidos calorosamente pelas suas Gentes. Já não há lugar para ódios ou racismo, mas sim para um apertar de mãos, como irmãos. Foi assim o encontro com antigos Combatentes, ainda vivos, independentemente do lado por que tinham combatido, que acabava invariavelmente em fortes e fraternos abraços.
Percorrendo as, outrora tão amadas como temidas, Picadas, refere continuamente pessoas a precisarem urgentemente de ajuda para ultrapassarem as condições de apenas sobrevivência em que vivem, à margem do Mundo – aquele mesmo onde se apregoa a solidariedade e a amizade entre as Pessoas e os Povos.
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domingo, 15 de maio de 2011
SEMANA DO AMIGO
Um amigo ligou a lembrar-me que esta semana era a Semana do Amigo. Como tal não posso deixar passar a semana sem me lembrar de todos os amigos combatentes de Avintes e desejar-lhes uma feliz semana e tambem lembrar todos os que já partiram, transcrevendo as palavras inscritas na lápide colocada no local reservado aos combatentes mortos no Ultramar no Cemitério Paroquial de Avintes que de tão profundas, tão intensas e tão sublimes nos fazem recordar com saudade todos os que já partiram e que nos diz: OS VOSSOS COMPANHEIROS DE ONTEM, PASSARAM POR CÁ HOJE, ESPERANDO ENCONTRAR-VOS AMANHÃ. monteiro
quarta-feira, 11 de maio de 2011
CONVÍVIO 2011
Realizou-se no passado dia 16 de Abril o nosso 7º Convívio.
A concentração realizou-se no Largo Escultor Henrique Moreira. Partimos em cortejo em direcção à Igreja Paroquial, tendo a Fanfarra de Lever à frente, tocando marcha apropriadas. A Guarda Nacional Republicana garantiu a segurança, controlando a circulação automóvel.
Início do cortejo |
A chegar à igreja |
A entrar na igreja |
Finda a Missa, o cortejo dirigiu-se ao Cemitério. Na essa principal foram proferidas algumas palavras pelo Combatente Francisco Lopes dos Santos e a Fanfarra efectuou o toque de silêncio.
Francisco L. Santos proferindo um breve discurso no cemitério |
Toque de silêncio |
Junto ao jazigo colectivo dos Combatentes onde em 30 de Abril de 2005 colocamos uma placa com a frase “Os vossos companheiros de ontem passaram por cá hoje esperando encontrar-vos amanhã”, foi depositada uma coroa de flores e o Combatente Dr. Joaquim Cardoso Magalhães fez um discurso alusivo ao momento. Depois foi feito o toque a caídos. Estes foram os momentos mais emocionantes para todos os Combatentes e familiares. No fim desta homenagem foi cantado, por todos, o Hino Nacional.
O Dr. Joaquim C. Magalhães discursando junto do jazigo dos Combatentes |
No momento em que se contou o Hino Nacional |
De seguida todos os Combatentes seguiram para o local do nosso Convívio. Teve a presença de 102 combatentes e ainda de 7 senhoras (esposas).
Durante o almoço foi entregue uma lembrança aos seguintes Combatentes:
Francisco Lopes dos Santos
Dr. Joaquim Cardoso Magalhães
José Carlos Rodrigues Oliveira
Manuel Augusto Baptista Oliveira
Manuel Lino de Sousa Baptista
Estes Combatentes embarcaram para Angola em 1961. A lembrança era uma garrafa com um rótulo alusivo à data, com o desenho do paquete “Niassa” e a frase “50 anos da partida para o Ultramar”.
Receberam também esta lembrança os Combatentes que partiram ainda antes de 1961:
João Marques de Oliveira – que havia seguido para a Índia, onde foi feito prisioneiro
Joaquim Lopes dos Santos -quando começou a guerra já estava em Luanda (1959/61)
O Combatente Manuel Costa Monteiro, em nome da Organização, proferiu o discurso que já foi publicado no nosso blogue.
Antes de ser partido o bolo do nosso convívio foi efectuado o leilão das ofertas feitas pelos Combatentes e também um peditório, com a finalidade de se angariar fundos para que se torne possível vir a edificar, num futuro próximo, o MONUMENTO AOS COMBATENTES.
domingo, 8 de maio de 2011
SERAFIM DE SOUSA OLIVEIRA COIMBRA - Moçambique
Mensagem de Serafim de Sousa Oliveira Coimbra, 1º. Cabo Pára-quedista da 1ª Companhia de Caçadores Pára-quedistas do BCP 32, com base em Nacala, Moçambique, 1973/75
Em 5 de Outubro de 1972 assentei praça no Regimento de Caçadores Pára-quedistas, em Tancos. Aqui fiz a recruta e a especialidade de pára-quedista. Fiz ainda o curso de combate para a guerra do Ultramar. Fui agraciado com a medalha de melhor instruendo neste curso. Nesta Unidade recebi a ordem de mobilização para Moçambique, integrando o BCP 32 – 1ª Companhia.
Entrega de medalha de melhor instruendo do curso de combate |
Na formatura após receber a medalha |
Fim do curso PQ já com a boina verde - o nosso símbolo máximo |
O lema do BCP 32 - FAMOSA GENTE À GUERRA USADA |
Foi Comandante da minha Companhia o Capitão Orlando Pires. Como Comandante do BCP 32 estava o Tenente Coronel PQ José António Jerónimo Gonçalves. Embarquei, no dia 14 de Junho de 1973, num avião da Força Aérea Portuguesa com destino à Beira. No dia seguinte embarquei num avião Nord Ataltas com destino a Nacala, sede do BCP 32. Logo no dia 16 entrei de imediato na actividade operacional normal na zona de Mueda.
Regresso ao acampamento depois de operação na Serra do Mapé |
Saída para um heli-assalto à base Gugunhana, em Mueda |
Durante uma operação no Planalto dos Macondes, em Mueda |
Com dois rapazes sobreviventes de assalto a uma base inimiga, em Mueda Ao fundo um bombardeiro T6 |
Na Unidade militar de Chai - de passagem para a Serra de Mapé |
Coluna na picada entre Porto Amélia a Macomia |
Participei em 62 operações, das quais 24 foram operações heli-transportadas. A maior parte das operações foram nas seguintes zonas: Mueda, Mocimboa do Rovuma, Vale Miteda, Sagal, Nangololo, Omar, Diaca, Nairoto, Nancatar, Antadora, Nangade, Macomia, Mataca, Chai e Serra do Mapé.
Dia de descanso - junto a um caça Fiat G91, na base de Mueda |
Dia de descanso - junto a um Alouette 3, na base de Mueda |
De serviço à cozinha - a descascar batatas, em Mueda |
23Jan74-na véspera houve um grande ataque com foguetões 122mm ao nosso acampamento de Mueda |
A última operação em que participei foi no resgate de uma Companhia de Caçadores que se encontrava com problemas, numa zona entre Sagal e Mueda.
Tive ainda como Comandante do BCP 32 o TC PQ Martins Veríssimo (até 19JUL74) o TC PQ Horácio Cerveira Alves Oliveira (até 16NOV74).
Devido a uma acção operacional na Serra do Mapé foi-me concedido um louvor e ainda, por distinção, a promoção a 1ª Cabo.
Na base de Mueda, com a minha arma MG 42 |
A competência e eficiência com que os Pára-quedistas do BCP 32 cumpriram em Moçambique as missões atribuídas, de 1967 a 1975, foi paga com a morte em combate de 18 pára-quedistas (16 soldados e 2 sargentos). A minha Companhia, em combate, sofreu 5 mortos e 7 feridos graves.
Aldeamento de Mataca, junto ao nosso acampamento |
Os oito cabos PQ da 1ª Companhia do BCP 32 |
Nunca vim de férias à Metrópole. As minhas férias foram gozadas em Lourenço Marques, Beira e Nampula.
Finda a comissão de serviço, regressei à Metrópole em Abril de 1975, tendo passado à disponibilidade em Outubro.
O BCP 32 foi extinto em 25 de Junho de 1975 com a chegada à Metrópole das últimas Companhias de Caçadores Pára-quedistas.
Estandarte do RCP Regimento de Caçadores Pára-quedistas em Tancos |
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