segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

FELIZ 2013

Amigo Combatente:
Para o ano que ora entra, quero endereçar a todos vós e respectivas familias o meu veemente desejo de um Ano cheio de coisas boas.
Anunciam um ano dificil, mas, nós combatentes que já passamos por momentos dificilimos e já palmilhamos muitas "picadas" não nos deixaremos afectar com estas dificuldades, porque para nós combatentes;NÃO HÁ COISAS DIFICEIS NEM IMPOSSIVEIS, PORQUE OS SONHOS DE ONTEM, SÃO AS ESPERANÇAS DE HOJE E PODEM E DEVEM SER AS REALIDADES DE AMANHÃ.
Sejam Felizes
                                                 BOM ANO

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

SANTO E FELIZ NATAL

Amigos Combatentes;
Nesta quadra festiva, aqui fica um voto de esperança, Paz, felicidade e de irmandade.
Na hora de reflecção e agradecimento, pelas coisas boas que tivemos este ano, vamos ter um pensamento para com os companheiros combatentes já falecidos, mesmo sabendo o quanto è, e será, dificil prencher o vazio deixado em aberto nos  corações das suas familias , nas memórias de nós todos os combatentes e tambem no seio da comunidade Avintense, pelas suas partidas precoce ou tardia.
Rogamos ao Senhor que lhes dê o Eterno descanço e Paz às suas almas.
FELIZ NATAL

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

DIA DE FINADOS


Neste dia em que se celebra o Dia de Finados, curvemo-nos em memória dos nossos conterrâneos Combatentes que deram a sua vida pela Pátria durante a Guerra do Ultramar:
4 de Agosto de 1961 – Joaquim de Sousa Ferreira – morto em combate em Angola;
5 de Setembro de 1965 – José Rocha da Silva – morto em combate na Guiné;
23 de Junho de 1967 – Francisco Monteiro de Almeida – desaparecido em combate na Guiné;
20 de Outubro de 1968 – Manuel Ferreira de Almeida – morto em combate na Guiné;
1 de Julho de 1970 – António Manuel Ribeiro Ferreira – morto em combate em Moçambique;
17 de Dezembro de 1970 – José Francisco Campos Costa  – morto em combate em Moçambique;
15 de Julho de 1972 – Idílio da Costa Moreira – morto em acidente na Guiné;
26 de Setembro de 1972 – Joaquim da Costa Oliveira – morto em combate na Guiné;
2 de Janeiro de 1973 – Joaquim da Costa Gonçalves  – morto em combate em Moçambique;
10 de Julho de 1974 – António dos Santos Sousa – morto em acidente em Moçambique.
Uma recordação também para aqueles que regressaram da Guerra do Ultramar e que entretanto já partiram.
Repousem em Paz.
Joaquim de Sousa Ferreira

José Rocha da Silva
Francisco Monteiro Almeida
Manuel Ferreira Almeida

António Manuel Ribeiro Ferreira
José Francisco Campos Costa

Idílio da Costa Moreira
Joaquim da Costa Oliveira
Joaquim da Costa Gonçalves
António dos Santos Sousa

As cinzas do Francisco Monteiro Almeida repousam algures na Guiné;
O Joaquim da Costa Gonçalves está sepultado em Valbom;
Todos os outros estão sepultados em Avintes.




sábado, 27 de outubro de 2012


O MEDO É MAU COMPANHEIRO
A vida é feita de sonhos e concretizações, grande parte de nossos problemas é causado pelo medo. Medo de perder alguém, de não conseguir o que pretendemos e desejamos, de atingir objetivos a que nos propusemos, medo de ser ultrapassado pela sociedade em que vivemos, medo de perder o protagonismo, medo de conseguir chegar lá.
Medo... Medo esse que nos causa muitas vezes que fazemos projetos acabam em desilusões e frustrações. Fazer a diferença significa atitude e vontade de mudar, não o reconhecer é medo da competência. Tem gente que vive anos e não deixam nada e outros que vivem pouco tempo na terra e deixam a sua marca.
Há um provérbio árabe milenar e conhecido em todo o mundo, lembrando quatro coisas muito importantes que jamais retornam:
A palavra dada – O compromisso assumido - A vivencia que se teve - A oportunidade desperdiçada.
Certas pessoas que se proclamam de “ILUMINADOS”, mas esquecendo-se que o comodismo é uma forma de medo.
De quem têm medo ? Do que têm medo ?
Pelas responsabilidades assumidas em A.G. e como o desenvolvimento da atividade da Associação foi alterado, haveria que se assumir a “MUDANÇA” em reunião magna e partir para o normal funcionamento da A.D.C.D.A. para que as decisões a tomar tivessem a representatividade que aos combatentes lhes é devida.
“ O primeiro grau de heroísmo, é vencer o Medo com inteligência “, porque nenhuma paixão pode, como o MEDO, roubar tão intensamente o espirito da capacidade de agir e pensar. Nós queremos que essa legalidade democrática seja reposta para que a A.D.C.D.A tenha o mérito de ter contribuído  para que o monumento seja de todos os Combatentes, dos Avintenses e não de alguém em particular.
Companheiros Combatentes:
“O MEDO DE ALGUEM DEPENDE UNICAMENTE E SÓ DA SUA IMAGINAÇÃO. Para nós o MEDO, Combate-se com LEALDADE, Perseverança e muito Empenho.
Como ex. militares e combatentes lidamos muito mal com “TRAIÇÃO”, cobardia e irresponsabilidade. A vida de militar ensinou-nos alguns valores que prezamos e que nunca abdicaremos daqueles que engradeçam a relação entre as pessoas, a sociedade e as suas instituições. A GUERRA DO ULTRAMAR, obrigou-nos a crescer mais depressa e habituou-nos a respeitar para sermos respeitados. Continuaremos atentos aos “compromissos assumidos”.
Vamo-nos afastar para que o protagonismo seja dado a quem o procura, Aguardaremos tranquilamente até sermos “CHAMADOS” a prestar contas. 
Cumprimentos,
MM/JR

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

MONUMENTO AOS COMBATENTES - O ARRANQUE


MONUMENTO AOS COMBATENTES

Iniciou-se na passada Quinta-feira e terminou ontem a primeira fase do processo que irá culminar na construção do Monumento aos Combatentes de Avintes.
Arranque das árvores
Marcação do terreno














Com a presença do autor do projecto, Sr. Arquitecto Octávio Alves, procedeu-se à marcação do local para que se fizessem os alicerces; as árvores do local foram retiradas e a máquina avançou, tendo feito a vala; depois da colocação do ferro armado e da colocação dos painéis de suporte procedeu-se à betonagem da sapata. Ontem foi retirado o madeiramento e as fundações foram dadas como concluídas.


A primeira "pazada"


Montagem dos painéis

Estrutura pronta a receber o betão

Grua para "transporte" do betão


Fase do enchimento

Fim da betonagem 

Sapata pronta

Queremos agradecer ao Parque Biológico e à Junta de Freguesia, pelo empenho dos seus responsáveis Sr. Dr. Nuno Oliveira e Sr. Vieira dos Santos e também ao Sr. Arqº. Octávio Alves pelo acompanhamento que tem dado.
Agradecemos ainda ao Sr. Arquitecto Francisco Saraiva e ao Sr. Engº. Marco Duarte pela preciosa colaboração que deram na supervisão da obra.
Brevemente será feita a regularização do terreno para que seja possível prosseguir com a obra que levará à concretização do sonho de todos nós - O Monumento aos Combatentes de Avintes.


terça-feira, 23 de outubro de 2012

NOTICIAS

Enfim Começou
“ Uma grande caminhada , tem inicio num primeiro passo”

Após alguma “provocação” e insistência  da nossa parte, em conjunto com alguma angustia e desilusão, constatamos que no passado dia 22 de Outubro iniciaram-se os trabalhos para a implantação dos alicerces que irão suportar o “MONUMENTO AOS COMBATENTES DE AVINTES”.
Caros combatentes, como passamos o melhor da nossa vida a dizer que é cedo e depois passamos a dizer que é tarde, ainda bem que se iniciaram (esperemos que até á “batalha final”) os trabalhos do tão ansiado “Monumento” para que a recordação e perpetuação dos feitos ,heroicidades, temores, angustias e lutas que por lá passamos, não sejam melancolias, mas sim a esperança para o vermos erigido. Será com satisfação que testemunharemos este feito , pois é a realização de uma vontade expressa por “todos” os combatentes.
Companheiros, passamos por acaso no local e apercebemo-nos do inicio dos trabalhos, pois segundo sabemos não foi dada qualquer informação aos Associados e combatentes do inicio das obras, o que nos leva a interrogar de que se escondem os que se “julgam” na obrigação de informar os camaradas.
Será que ainda não se interiorizou que a A.D.C.D.A. é de todos os combatentes e de ninguém em particular, ainda não se aperceberam da importância da informação aos combatentes, mas também a sociedade civil de todos as “démarches” efetuadas.
Já á data para a construção ? e a inauguração quando será ?
Aguardamos  algumas respostas de quem de direito, pensem que todos somos ex. combatentes  e citamos o grande escritor Saint Exupéry:
“Aqueles que passam por nós , não vão sós, deixam um pouco de si e levam um pouco de nós”
Assim sucedeu connosco e Africa.
Companheiros, para nós a VIDA É UMA LIÇÃO DE HUMILDADE. 
 
M. Monteiro e Jaime Ramos

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

MENSAGEM

                                        Aos Combatentes de Avintes
Avintes 05 Outubro 2012 
 
Na vivência que tivemos juntos ao serviço da Associação, e foram muitas horas, dias e até semanas, fomos batalhando enquanto podemos e a paciência permitiu, tínhamo-nos entregue de alma e coração a um projecto que seria o culminar de um sonho de todos os ex. combatentes que deram uma parte significativa da sua mocidade ao serviço da Pátria.
 APRESENTAMOS A NOSSA DEMISSÃO para que a via ficasse aberta a outras soluções e assim temo-nos mantido em silêncio e no maior respeito pelos “órgãos eleitos” mas na expectativa do que os corpos gerentes irão fazer pela reorganização da Direcção.
A falta de quórum “obrigaria” a refazer o trajecto, propor em reunião magna a eleição de novos corpos gerentes ou até á reformulação da lista já existente.
Preocupa-nos o silêncio pelas responsabilidades assumidas, a defesa da nossa imagem obriga-nos a não ficar parados, já demos o tempo que entendemos como suficiente para que o caminho seja reposto democraticamente, continuaremos a respeitar qualquer decisão que a direcção queira tomar desde que não belisque os interesses daquilo que fizemos, os princípios que definimos e os altos interesses de todos OS COMBATENTES.
Não vale a pena alguém se achar mais combatente que qualquer outro, mais “DONO” de uma associação que não é sua mas de todos os combatentes que cumpriram os requisitos mínimos que os ESTATUTOS os obrigavam. Não adianta o Sr. ex. Presidente esconder a realidade aos senhores associados, que mais não são que companheiros e amigos que nos acompanharam na vida, na escola, nas associações culturais e desportivas, nas brincadeiras de rua e com os quais temos uma responsabilidade ainda maior o que nos obrigará a ter um comportamento diferente, sabendo dos nossos direitos e obrigações. Vamos aguardar mais uns dias para ver as soluções que os restantes elementos da direcção vão apresentar.
O silêncio vai-nos “OBRIGAR” a tomar uma posição e esgotaremos todas as vias pessoais e legais que estiverem ao nosso alcance.
Estaremos disponíveis para esclarecer em local próprio como, e quando entenderem as nossas divergências, angustias e preocupações quanto á ADCDA.
Fazemos votos sinceros que não sejamos obrigados a replicar, pois seria sinal que a nossa Associação estaria outra vez no caminho que ajudamos a “CAPINAR”.
 
Um abraço
Manuel Costa Monteiro
Jaime Ramos

domingo, 12 de agosto de 2012

PAD 2097 - ENCONTRO DE COMBATENTES


ENCONTRO DE DOIS COMBATENTES QUE NÃO SE VIAM HÁ 41 ANOS
Ontem, no Parque Biológico, em Avintes, com a colaboração do historiador António  Carlos Augusto, residente em Cinfães que quis fazer um surpresa ao seu  sogro António Varela (residente em Sintra e de férias em Cinfães), aconteceu o encontro deste com o nosso conterrâneo Herculano Ferreira.
Pertenceram ambos ao PAD 2097 (Pelotão de Apoio Directo) que esteve em Moçambique, em Montepuez e em Porto Amélia.
Regressaram de Moçambique em 1973 e nunca mais de viram. Foi emocionante assistir a este encontro; de um momento para o outro tudo parou para eles excepto o tempo do Ultramar; os álbuns de fotografias foram revistos e as histórias começaram a aparecer em catadupa; enquanto durou este encontro, esqueceram-se completamente das outras pessoas.
Agora vão tentar localizar os cerca de trinta elementos que compunham este PAD 2097 e que nunca mais de encontraram.
























quinta-feira, 28 de junho de 2012

ILÍDIO FERNANDO SILVA PEDROSA ROCHA – Guiné



Mensagem de Ilídio Fernando Silva Pedrosa Rocha, Soldado Condutor-Auto, CCAÇ 797, Guiné, 1965/67, em Tite e Nhacra.
Assentei praça no dia 20 de Julho de 1964, no CICA 1, Centro de Instrução e Condução Auto, no Porto.
Fiz a especialidade de Condutor Auto no RI 6 – Regimento de Infantaria, na Senhora da Hora, em 18 de Outubro de 1964.
Em 6 de Dezembro de 1964 fui colocado no Regimento de Infantaria 1, na Amadora e fui mobilizado.
Na zona de Mafra e da Serra de Sintra fiz o IAO – Instrução de Aperfeiçoamento Operacional.
Passei então a integrar a Companhia de Caçadores 797 que recebeu o nome de “Os Camelos” e que tinha como divisa “O inimigo teme sempre quem não o mostrar temer”.
Em 23 de Abril de 1965 embarquei no paquete “Uíge” com destino à Guiné, fazendo parte da CCAÇ 797, onde cheguei no dia 28. Neste mesmo dia embarquei numa LDM – lancha de desembarque médio – com destino a Tite. A minha companhia foi render a CCAÇ 423. Estive nesta localidade durante treze meses. Como na zona de Tite o terreno tinha muitas minas anti-carro, não exercia as funções de condutor; durante este tempo tive de exercer actividade como caçador especial integrando o 3º. Grupo de combate nas operações da Companhia.
A bordo de uma LDM no Rio Geba
Em Tite a actividade operacional era altamente perigosa, mas a CCAÇ 797 procurou não deixar o IN abusar e sofremos bastante, tendo felizmente saído bem desta situação. Neste período a Companhia efectuou 275 emboscadas, 211 patrulhamentos, 17 cercos e operações de limpeza de povoações, 22 golpes de mão e 17 operações conjuntas com outras Companhias e com grupos de para-quedistas. Destruímos ao In 25 acampamentos e 28 tabancas. Segundo os números da unidade, percorremos 5.722 quilómetros a pé através das matas, bolanhas e tarrafos.

O filtro de água no quartel de Tite
Felizmente “Roncos” (operações com sucesso) não faltaram, tendo capturado ao IN 50 peças de armamento variado, com destaque para as acções na região de Gã Saúde e Jufá em que capturámos duas metralhadoras, dois roquetes RPG 2 e 28 espingardas.
Apesar de todos os cuidados acabaram por perder a vida em combate durante a comissão oito colegas e tivemos um total de 53 feridos.
Não posso esquecer a memória dos nossos mortos:
12/08/1965 - Júlio Lemos Pereira Martins
12/08/1965 – Inácio de Freitas Ferreira
30/09/1965 – Aníbal Alves Pires
18/10/1965 – Diogo Amaro Neves
01/11/1965 – Manuel António Amaral Nobre
18/03/1966 – Alberto Tibúrcio da Silva
11/05/1966 – Juidé Mané
17/06/1966 – Jorge Augusto Maria Brás
Que descansem em paz.
Em 16 de Maio de 1966 mudamos provisoriamente para a zona de Bissau, para o célebre quartel conhecido como o 600, junto ao Palácio do Governador, tendo ficado a aguardar o próximo quartel que nos seria destinado.

O Unimog que habitualmente conduzia mas missões de patrulhamento
Em 3 de Junho de 1966 fomos colocados em Nhacra e no dia 6 assumimos a responsabilidade deste Subsector com destacamentos em Safim e em S. João de Landim, com a missão de tomar conta das estradas que ligavam a Bissau. Missão nada fácil e uma grande responsabilidade sobre todos nós. A minha missão passou a ser a de fazer patrulhamentos, já como condutor (a minha especialidade), nas picadas, tendo um raio de acção de trinta quilómetros em toda a cintura da capital, incluindo o Aeroporto de Bissalanca.
Nesta zona, perto da capital, o IN não se mostrava, a sua actividade era silenciosa, mas tivemos de manter a mesma pressão que exercemos em Tite – não mostrar medo nem dar descanso.
Junto da nossa enfermaria móvel

Em Janeiro de 1967 constou que íamos mudar de novo de quartel mas acabou por vir uma boa notícia – o regresso à Metrópole estava para breve. Fomos rendidos pela CCAÇ 1487 no dia 16. No dia 20 de Janeiro embarcámos de novo no paquete “Uíge” que nos havia levada para a nossa missão foi o mesmo que nos trouxe de volta. Chegámos no dia 26 de Janeiro, com o dever cumprido.
De referir que a CCAÇ 797 foi comandada pelo Capitão de Infantaria Carlos Fabião; como Comandante da CCAÇ 797 foi condecorado com a Medalha de Prata de Valor Militar com Palma. Após o 25 de Abril foi nomeado Governador Geral da Guiné; faleceu em 2 de  Abril de 2006.

“Àqueles que fizeram do Camelo um símbolo e que em torno desse símbolo se uniram e constituíram uma força coesa para servir a Pátria, com generosidade, coragem e determinação, nas Portuguesas terras da Guiné, o muito obrigado daquele que teve a honra e o orgulho de os comandar”. – Capitão Carlos Fabião

segunda-feira, 18 de junho de 2012

DIA DE PORTUGAL


DIA DE PORTUGAL – 10 DE JUNHO DE 2012

PALAVRAS DO PROF. DOUTOR MANUEL ANTUNES AOS COMBATENTES DA GUERRA DO ULTRAMAR

Estimados Combatentes,

Quero agradecer-vos a suprema honra de poder estar, aqui e hoje, convosco. Não me reconheço os dotes que presumivelmente estiveram na origem do convite que me foi feito pela Comissão Executiva deste Encontro e que outros, em anos anteriores, evidenciaram. No entanto, as palavras deste ilustre desconhecido que está perante vós, que não serão um modelo de retórica, são certamente sentidas. Como escreveu o poeta:

Mas eu que falo, humilde, baixo e rudo,
De vós não conhecido nem sonhado?
Da boca dos pequenos sei, contudo,
Que o louvor sai às vezes acabado.

No 10 de Junho, celebramos o Dia de Portugal, Dia de Camões, o poeta da nossa epopeia ultramarina. Estamos todos aqui, neste local histórico, à sombra da Torre de Belém, que simboliza os Descobrimentos Portugueses, para celebrar Portugal e honrar os seus combatentes, os seus heróis.

Homenageamos os que combateram na guerra do Ultramar, a mais recente e que ainda está bem viva na memória de muitos, e em que pereceram quase nove mil portugueses europeus e africanos, cujos nomes estão para sempre gravados neste monumento. Tal como os navegadores de antanho, muitos destes deixaram as suas terras para defender a Pátria em terras longínquas, que a maior parte até desconhecia.

Homenageamos todos os outros que deram a vida pela Pátria ao longo da sua história, neste rol incluindo aqueles que, mais recentemente, o fizeram em missões de paz em que, como cidadãos do mundo, estivemos e continuamos a estar envolvidos em várias partes do planeta.

Todos merecem o nosso mais profundo reconhecimento. "Ditosa Pátria que tais filhos tem". Não tenhamos medo desta frase, como não devemos ter medo de afirmar, como Vasco da Gama, "Ditosa Pátria minha amada". Porque estes Homens só morrem quando a Pátria se esquece deles. E porque não nos esquecemos deles, aqui viemos hoje.

Mas não recordamos apenas os que perderam a sua vida na guerra, homenageamos também um enorme número de combatentes ainda vivos, a merecer reconhecimento, e de que há muitos, ainda, a sofrer as consequências de uma guerra por Portugal, com referência especial para os mais de 15.000 deficientes do Ultramar. Os Portugueses homenageiam-vos a todos vós que aqui estais e aos vossos camaradas que aqui não puderam vir.

É claro que há por aí quem não goste do que aqui estamos a fazer. Mas como disse, há pouco mais de um ano, o Senhor Presidente da República, por ocasião do 50º. Aniversário do início da guerra em África, "...hoje aqui não homenageamos uma época, um regime ou uma guerra. Trata-se, simplesmente, de uma homenagem da Pátria àqueles que se encontram entre os seus melhores servidores".

Ainda que algo se tenha progredido nos últimos anos, lamento a forma como os Antigos Combatentes da Guerra de Ultramar foram, e continuam a ser desconsiderados, mesmo maltratados, o que evidencia um triste retrato de Portugal.

Um retrato que se começa a fazer na escola. Escola de onde entretanto desapareceu o culto da Pátria, da bandeira, do hino. Escola onde, quase quatro décadas depois, ainda se escamoteia e até se deturpa uma parte importante da nossa história, mas a que a história um dia fará justiça.

Como também disse o nosso Presidente, "é importante transmitir às gerações mais novas, o testemunho de quem enfrentou a adversidade ombro a ombro com aqueles a quem confiava a vida e por quem a daria também; o testemunho de quem conhece a relevância de valores como a solidariedade, o profissionalismo, o mérito e a honra, a família e o País".

De um Antigo Combatente li que, "só assim se pode incutir nos mais novos o sentimento de que pertencem a uma nação, com as suas vitórias e as suas derrotas, os seus momentos de glória e os seus períodos de desânimo. Não se pode compreender um país se não se conhecer o seu passado, com tudo o que teve de bom e de menos bom".

Homenageamos hoje, pois, a entrega e o espírito de missão dos nossos combatentes, com o coração e a alma cheios de orgulho no que fizeram. Em combate e fora dele. Na integração com as populações locais, sem precedentes noutras guerras e entre outros povos, e que é amplamente reconhecida pelos próprios cidadãos desses hoje países independentes.

Estamos, nestes tempos, a virar a página. As nossas ligações com África são hoje mais fortes que nunca. A promoção da lusofonia africana, que nos pode ajudar a libertarmo-nos de alguns dos nossos problemas, é agora um dos nossos desígnios. A vossa luta também ajudou a criar um ambiente propício para este diálogo. Afinal, a história está, uma vez mais, a reescrever-se e a reencontrar-se consigo própria.

Nestes dias, o País atravessa, novamente, uma situação difícil. Todos nós sofremos as suas consequências. Contudo, comparados com as vicissitudes desse tempo, os problemas que o País enfrenta hoje até parecerão menores. Se os conseguimos resolver então, certamente os resolveremos hoje.

Caros combatentes,

Permitam-me, finalmente, que aproveite a minha presença aqui para destacar o pessoal da saúde das nossas Forças Armadas, médicos, enfermeiros, técnicos e outros que deram apoio médico-sanitário nos teatros-de-operações ultramarinos. Como médico, não podia deixar de aqui prestar homenagem a todos aqueles que, na frente de combate ou na rectaguarda, resgataram da morte as vossas vidas. Alguns pagaram também com a própria vida essa sua dedicação à causa.

Mas não foi apenas na guerra que se destacaram. Eles ajudaram a estabelecer uma rede de centros de saúde de que resultou uma cobertura médico-sanitária efectiva onde antes não existia nada. As populações desses territórios foram os beneficiários directos dessa actuação e ainda hoje o recordam. Sou testemunha disso, como sou testemunha dessa actividade, porque por lá vivia então. Convivi com alguns, aprendi com alguns. É necessário não esquecer que 40% do orçamento das Forças Armadas no Ultramar era dedicado à acção social. Também desta forma se contribuiu para a construção do futuro

Queridos combatentes,

Termino, como comecei, citando Camões:

Em vós esperam ver-se renovada
Sua memória e obras valerosas;
E lá vos tem lugar, no fim da idade,
No templo da suprema Eternidade.

Os Portugueses não vos esquecem. Os Portugueses não esquecem o que vos devem.

Viva Portugal!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

CARTÃO DE ASSOCIADO

Eu sou sócio da A.D.C.D.A e TU?

A Direcção da Associação no cumprimento do deliberado em Assembleia Geral, criou os meios logísticos (possíveis) para levar adiante o regulamentado nos estatutos e em conformidade com as informações que entretanto fomos divulgando, cobramos as cotas no decorrer do nosso convívio no passado dia 25 de Abril.
Aos presentes foi-lhes entregue um cartão “PROVISÓRIO”que se tornará em definitivo logo que seja feito o recenseamento tão completo quanto o possível de quantos somos, e por onde andamos.
Todos os combatentes de quem temos registos (+ou-300) e que não estiveram presentes no “ALMOÇO- CONVIVIO”também têm cartão de associado que lhes poderá chegar às mãos por solicitação directa junto da Direcção ou no próximo envio de correspondência, depois de devidamente combinado a forma de regularização do valor a pagar.
Os companheiros presentes cumpriram com o pagamento da “cota” que sendo de valor 1,50€ a maioria aceitou pagar valores (anuais) diferentes na grande maioria superiores.
Se porventura ao leres esta mensagem e se foste combatente, se és natural ou residente em Avintes, ou até passaste parte significativa da tua vida na:
“NOSSA TERRA” ficas desde já “mobilizado” para te associares aos:




 “COMBATENTES DE AVINTES.