segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

LANÇAMENTO DA 1ª. PEDRA DO MONUMENTO AOS COMBATENTES

NÓS SONHAMOS, A OBRA NASCEU
É verdade, o sonho está a ter pernas para andar e como nós, Combatentes, somos daquela casta de homens que dizem NÓS FAZEMOS, aqui está o início daquilo que vai ser o Monumento ao Combatentes de Avintes.

No passado Sábado, dia 18 de Fevereiro, teve lugar a cerimónia do lançamento da 1ª. pedra.

Como tudo na vida, e esta não é excepção, por muito grande que seja a obra ela tem início numa pedra maior ou mais pequena, e esta foi a 1ª. das muitas que formarão o monumento. A cerimónia foi presenciada por muitos combatentes, familiares e amigos, e contou com a presença das entidades civis, militares e religiosas e ainda de várias associações que ajudaram a dar mais brilho a um momento que consideramos de grande elevação e que será num futuro próximo um marco da cultura histórica da nossa Vila de Avintes.

A cerimónia abriu com a actuação do Grupo Coral A20VOZES de Avintes que presenteou o muito público presente com uma bela execução coral com a canção temática - religiosa NO PEITO LEVO UMA CRUZ.
Grupo Coral A20Vozes
Em nome dos Combatentes falou o Presidente da Assembleia Geral, Sr. Dr. Joaquim Cardoso Magalhães, que na sua prelecção focou a Guerra de África e agradeceu a todas as entidades que de uma forma ou de outra nos ajudaram a chegar até aqui, apelando a todas as forças vivas que continuem a apoiar esta iniciativa que nos levará num futuro muito breve à implantação do Monumento.

O Dr. Joaquim Cardoso Magalhães
De seguida tomou a palavra e falou em nome da Autarquia a Presidente da Assembleia de Freguesia, D. Isaura Filipe, que agradeceu o convite e enalteceu o espírito do Monumento, pondo ao dispor da Associação e enquadrado na disponibilidade da Junta de Freguesia toda a colaboração que estiver ao seu alcance. Ao terminar a sua intervenção e em nome do Sr. Arquitecto Octávio Alves, autor do projecto, agradeceu a confiança que os Combatentes depositaram no seu trabalho.
D. Isaura Filipe, Presidente da Assembleia de Freguesia
O Sr. Presidente da Assembleia Municipal fez-se representar pelo Sr. Dr. Francisco Flores, que agradeceu o convite e, como Avintense, enalteceu o espírito empreendedor dos Combatentes para perpetuar todos os Avintenses que participaram na Guerra do Ultramar.

O Dr. Francisco Flores, em representação do Presidente da Assembleia Municipal
Para dar sequência ao protocolo usou da palavra, em representação do Sr. Presidente da Câmara, o vereador Sr. Eng.º. Rui Cardoso, que, em palavras circunstanciais, agradeceu o convite e que dentro das limitações actuais a Câmara estará solidária como sempre esteve com os nossos propósitos e que tentará ajudar, dentro dos limites orçamentais a que estão sujeitos, a levarmos à concretização do nosso sonho, ou seja erigir o Monumento. Procedeu de seguida ao descerramento da 1ª. pedra.

O Vereador Engº Rui Cardoso em representação do Sr. Presidente da Câmara
O Padre José Augusto, pároco da freguesia, proferiu algumas palavras sobre o significado deste momento e procedeu à bênção da pedra.

O Padre José Augusto
Depois de nova actuação do grupo coral, foi cantado, por todos, o Hino Nacional.

A Direcção da Associação congratula-se com a forma ordeira e respeitosa como todos viveram este momento marcante para Avintes e referenciamos o Sr. Presidente da Câmara e o Sr. Presidente da Assembleia Municipal que amavelmente nos informaram que, por compromissos assumidos anteriormente, não lhes era possível estarem presentes.


Irmã do Francisco Monteiro de
Almeida, desaparecido em combate
na Guiné. Era namorada do António
Ribeiro Ferreira morto em combate
em Moçambique

Familiares do Idílio C. Monteiro e

do Manuel F. Almeida que perderam

a vida na Guiné


Irmã do Joaquim de Sousa Ferreira, morto em combate em Angola,
em 4 de Agosto de 1961


Amigos, foi uma festa bonita e acreditem que já passamos aquela fase dos 40 que é a chamada velhice dos jovens, agora estamos na fase dos 60 que é a juventude dos velhos e por isso temos de andar para a frente porque o amanhã é longe e o hoje pode ser tarde.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

MONUMENTO AOS COMBATENTOS - 1ª, Pedra



Caros Amigos
Integrado nas celebrações do DIA DE AVINTES, vai realizar-se no próximo Sábado, dia 18, pelas 11 horas, a cerimónia do lançamento da 1ª. Pedra do MONUMENTO AOS COMBATENTES.
Esperamos ter a presença dos Srs. Presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal de V. N. de Gaia, das autoridades civis, militares e religiosas de Avintes e de uma representação do Regimento de Artilharia 5 (Serra do Pilar).
 O monumento será implantado na Urbanização dos Pinhais Bastos, a cerca de cem metros do Parque Biológico

O Monumento é da autoria do Sr. Arquitecto Octávio Alves e é um muro de granito, em cubos, com oito metros de comprimento e dois metros e meio de altura. Neste muro, que terá inscrita a frase "OS QUE TOMBARAM DEIXARAM EM ABERTO... UM VAZIO, faltam dez pedras que se encontram tombadas no chão - trata-se dos dez Avintenses que perderam a vida, ao serviço da Pátria, em África (cinco na Guiné, quatro em Moçambique e um em Angola; oito estão sepultados em Avintes, um em Valbom e as cinzas de um repousam algures na Guiné - desaparecido em combate).

domingo, 12 de fevereiro de 2012

     Almoço / Convivio 2012 





    Companheiro, o nosso encontro terá lugar no dia 25 de Abril e as cerimónias decorrerão, como habitualmente, na Igreja Paroquial de Avintes e na Quinta de Gradouro (oportunamente daremos mais detalhes)

Traz um companheiro contigo:


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

LAURINDO JOSÉ DA SILVA OLIVEIRA - Moçambique


EM CORRECÇÃO

Mensagem de Laurindo José da Silva Oliveira, Soldado Condutor, que pertenceu à Companhia de Artilharia 2328, Pundanhar, Macomia, Nampula, em Moçambique, 1968/70, com data de 3 de Fevereiro de 2012
Assentei praça em 24 de Julho de 1967 no CICA 1 – Centro de Instrução e Condução Auto, no Porto, e depois de concluída a recruta, fui colocado no Regimento de Infantaria 5, na Senhora da Hora, onde fiz e especialidade de Condutor Auto e onde saiu a ordem de mobilização.


Fui então colocado no RAL 5 – Regimento de Artilharia Ligeira, em Penafiel, onde começou então a formar-se o Batalhão de Artilharia 2839; eu fiz parte da CART 2328; o nosso destino era Moçambique.
Embarquei no navio Vera Cruz no dia 30 de Janeiro de 1968; além do meu Batalhão seguia também o BART 2837 e seis Pelotões de Infantaria; no dia 6 de Fevereiro passámos a linha do equador; no dia 9 de Fevereiro o navio acostou em Luanda e tivemos oportunidade de dar um passeio pela cidade; neste dia embarcámos de novo com destino a Moçambique, tendo chegado a Lourenço Marques no dia 16 de Fevereiro de 1968 às 8 horas da manhã.
A bordo do Vera Cruz - na ida

Desembarcámos e depois da formatura de todas as tropas que seguiam no Vera Cruz, foi feita a cerimónia de boas-vindas; depois de um desfile, ficámos dois dias na cidade; de seguida partimos de novo no Vera Cruz passando pela Beira rumo a Nacala; depois do desembarque de algumas tropas, o Vera Cruz seguiu até Mocimboa da Praia e fundeou ao largo; o desembarque foi feito através de batelões; era o dia 19 de Fevereiro.

Preparado para mais uma saída para uma missão

O meu local de trabalho - a viatura que eu conduzia

Durante a viagem, a bordo, o pessoal recebeu instrução que visou especialmente armamento, conhecimentos sobre o Ultramar visando especialmente Moçambique, assuntos de Medicina Tropical, Guerra Subversiva, Educação Moral e Cívica e Militar.


Depois do desembarque a minha Companhia seguiu para Palma, em 22/02/68, onde estivemos durante cerca de seis meses; em 19/08/68 partimos depois para Pundanhar onde ficamos cerca de um ano.

Aquartelamento de Pundanhar

A partir de 17/08/69 (100%) estivemos em Mecuburi, e aqui ficámos até ao fim da comissão.
A minha actividade normal era conduzir uma Berliett, fazendo colunas e transportando os grupos de combate durante as operações que nos eram atribuídas. Destaco as operações na Serra do Mapé, sempre complicadas.

Macomia
Durante a comissão a minha Companhia sofreu_________________________.
Finda a comissão regressámos à Metrópole de novo no Vera Cruz, tendo embarcado em Lourenço Marques no dia 1 de Março de 1970 e chegado a Lisboa em 21 de Março de 1970.
Foi-me ainda atribuída a Medalha Comemorativa das Campanhas de África - Moçambique 1968-1970. 
 Passei à disponibilidade no dia 21 de Abril de 1970.






sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

ANTÓNIO TAVARES FONTINHA - Angola






Mensagem de António Tavares Fontinha, Furriel Miliciano Enfermeiro, que pertenceu à Companhia de Caçadores 1428, Maquela do Zombo, Angola, 1965/67, com data de 2 de Fevereiro de 2012

Assentei praça em 24 de Janeiro de 1964 na E.P.I.(Escola Pratica de Infantaria) – Mafra, onde fiz a recruta; pertenci ao 1º Pelotão da 1ª Companhia de Instrução do CSM (Curso de Sargentos Milicianos).
A partir de 6 de Julho e até 30 de Agosto frequentei o Curso de Sargentos Enfermeiros na Escola dos Serviços de Saúde Militar no Hospital Militar Principal, na Estrela, em Lisboa, tendo sido promovido ao posto de 1º. Cabo Miliciano Enfermeiro do 1º. Grupo de Companhias de Saúde, na  Graça, em Lisboa.

Em 1 de Setembro de 1964 fui transferido para o Hospital Militar Regional nº. 3, em Tomar. Em 1 de Março de 1965 fui transferido para o Hospital Militar Regional nº. 1, no Porto e, de seguida, incorporado no RI 2 – Regimento de Infantaria 2, em Abrantes, para efeitos de mobilização.




Em 24 de Junho de 1965, embarquei para Angola e neste mesmo dia fui promovido a Furriel Miliciano Enfermeiro e integrado na CCAÇ 1428, Companhia de Caçadores 1428 (companhia independente)  do RI 2, de Abrantes.

Em Angola a minha Companhia foi colocada no Teatro de Operações em Maquela do Zombo (Estrada Maquela - Cuimba e Posto Fronteira da Quimbata) em reforço ao BCAÇ 749 - Batalhão de Caçadores 749, onde estive até 22 de Agosto de 1967.

Regressei no Navio Uíge, tendo partido de Luanda no dia 22 de Agosto, Cheguei a Lisboa em 3 de Setembro de 1967; passei  à disponibilidade em 5 de Outubro de 1967.

Guião da CCAÇ 1428
Foi-me atribuído um Louvor pelo Comandante de Batalhão de Caçadores 749 (Ordem de Serviço nº. 3 de Janeiro de 1967). Foi-me ainda atribuída a Medalha Comemorativa das Campanhas de África - Angola 1965-1967, por despacho de 08JUN2011 do Exmo. Major General  Director de Justiça e Disciplina. 
Resido em Avintes







              NÓS COMBATENTES
                     Sonhámos jovens, projectámos amores
                     Pintámos telas, fizemos paixões,
                     Das palavras nasceram poemas,
                     A todos nós chegaram ilusões.
                     Com um não à guerra, num grito de dor!...


                      A paz nos vendeu, a guerra nos acolheu.
                      Nós fomos coêrencia, nós fomos ausência

                      dos tiros que matam, da morte que não perdoa.           
                      Nós fomos silêncio em lágrimas corridas,
                      Nós fomos amor naquelas terras coloridas.


                      O mar nos levou, o vento nos trouxe. Somos gente!...
                      Camaradas, Amigos e muito mais...
                      Sulcamos as rugas, lembramos os demais,
                      Dizemos presente nos jovens que fomos
                      E cantamos bem alto o mito que hoje somos.

                                                   António T. Fontinha

    


Navio UIGE