sexta-feira, 29 de abril de 2011

MANUEL DA SILVA PEREIRA - Angola

                                







Mensagem de Manuel da Silva Pereira, 1º Cabo Mecânico de Viaturas Auto, CPM 497 e CPM 765, em São Salvador do Congo e em Luanda, Angola, 1964/67

Fiz a inspecção em 19 de Julho de 1963 e fiquei apurado para todo o serviço militar. Fui incorporado em 11 de Janeiro de 1964 no RAP 2, Regimento de Artilharia Pesada 2, na Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, tendo neste mesmo dia feito exames psicotécnicos para condução-auto no CICA 1, Centro de Instrução e Condução Auto 1, no Porto e fui considerado apto.

Em 1 de Abril de 1964 fui colocado no CDMM, no Entroncamento.
Frequentei a Escola de Recrutas e Instrução Complementar, tendo obtido a classificação de 14,76 valores e sendo escolhido para a promoção a Cabo.

Em 30 de Agosto de 1964 fui colocado no RC 6, Regimento de Cavalaria 6, no Porto e em 30 de Setembro terminei os 30 dias de Escola. Aqui recebi a indicação de que tinha sido nomeado para comissão militar em Angola.

No dia 25 de Outubro de 1964 embarquei no paquete Príncipe Perfeito (navio de passageiros; nesta viagem era o único militar a bordo) com destino a Angola. Nesta data fui promovido a 1º Cabo, contando a antiguidade desde 16 de Maio. Desembarquei em Luanda no dia 2 de Novembro e fui colocado no ASMA, nesta cidade.

Príncipe Perfeito - inaugurado em 1961 e com capacidade para 1.000 passageiros

Durante a comissão de serviço em Angola estive colocado na CPM 497, Companhia de Polícia Militar 497 e fazia parte de um pelotão que esteve deslocado em São Salvador do Congo, durante seis meses.


São Salvador do Congo - gibóia com sete metros























Em 11 de Janeiro de 1967 passei à primeira classe de comportamento por ter completado 36 meses de serviço sem qualquer pena.

Ao fim de seis meses em São Salvador do Congo, fui colocado em Luanda, na CPM 765, Companhia de Polícia Militar 765, “Lanceiros de Angola”. Fiquei em Luanda até ao fim da comissão.

São Salvador do Congo - com o meu pelotão

Durante a comissão de serviço em Angola foram-me atribuídos dois louvores:

“Louvado pelo Exmo. Comandante da CPM 765 pelos excelentes serviços prestados nos 17 meses em que prestou serviço nesta CPM, no campo da sua actividade. Ao seu interesse, zelo e notável esforço, se deve em grande parte o estado operacional, em índice elevado, das viaturas da CPM. Por tudo isto, pelo seu constante desejo de bem servir, pelo seu aprumo e correcção, tornou-se o 1º Cabo Pereira merecedor do apreço e estima do Comandante da CPM e pelo seu procedimento merece ser apontado como exemplo a todos os seus camaradas”. (Ordem de Serviço nº 42 de 18FEV67, do BMM).


              
“Louvado pelo Exmo. Comandante do BMM, por no dia 27FEV67, tendo encontrada abandonada na caserna uma carteira que continha, além de documentos diversos, a importância de 1.000$00 (mil escudos), prontamente dela fez entrega ao Senhor Oficial de Dia, que a entregou ao seu proprietário depois de identificado. Por esta atitude demonstrou a firmeza da sua formação moral, tanto mais de realçar, quando no dia imediato embarcou para a Metrópole por ter terminado a sua comissão de serviço, tornando-se assim digno de ser apontado como exemplo de virtudes cívicas e militares”. (Ordem de Serviço nº 55 de 06MAR67, do BMM).


Cartões de identidade das CPM 497 e 765

Em 28 de Fevereiro de 1967 embarquei de regresso à Metrópole, desta vez no navio Vera Cruz, juntamente com várias Companhias que regressavam, tendo chegado a Lisboa no dia 9 de Março. Trouxe comigo uma macaca, a que chamávamos Chica, e que viveu em nossa casa até à sua morte. Deixou-nos muitas saudades e belas recordações.


Com a Chica - ao fundo a baía de Luanda

Passei à disponibilidade no dia 7 de Abril de 1967.

Quando parti para Angola já era casado (casei em 1 de Agosto de 1964). Sou natural de Oliveira do Douro mas vivo em Avintes desde 1971. Tenho dois filhos e dois netos. O meu passatempo favorito é, sempre que possível, viajar por Portugal.

Para qualquer contacto os meus telefones são 227 831 018 e 919 367 556.
A minha morada é:
Rua Amélia Margarida Borges, 41
4430-765 Avintes
                            



quinta-feira, 28 de abril de 2011

HENRIQUE GONÇALVES COSTA - Angola









Mensagem de Henrique Gonçalves Costa, Soldado Condutor Auto Rodas, que pertenceu ao Pelotão de Intendência 1220, Nóqui, Angola, 1967/69, com data de 18 de Abril de 2011

Assentei praça no dia 8 de Agosto de 1966, no RAL 2, em Coimbra, onde fiz a recruta.

Em 2 de Outubro de 1966 fui colocado no RAP 3, regimento de Artilharia Pesada 3, na Figueira da Foz,

Em 20 de Novembro de 1966 fui colocado no GATA, Trem Auto, em Lisboa, onde tirei a especialidade de Condutor Auto Rodas. Depois de concluída a especialidade fui colocado na Garagem Militar, na Avenida Fontes Pereira de Melo, também em Lisboa.

Em 19 de Maio de 1967 saiu a ordem de mobilização e fui transferido para o 2º GCAM, em Alvalade, Lisboa.

Em 8 de Julho de 1867 embarquei no “Vera Cruz” rumo a Angola, incorporado no Pelotão de Intendência nº 1220, tendo chegado a Luanda no dia 17 de Julho.

Segui então com destino à localidade de Nóqui, ficando o meu pelotão PI 1220 integrado no Batalhão de Artilharia 1922. Recordo, pelas suas qualidades, o Capitão Barão da Cunha, e que era o oficial de Operações desta Unidade.

Posto avançado de Artilharia

Monumento dos emblemas












O futebol era a actividade que ocupava grande parte dos meus tempos livres, fazendo parte de uma das seis equipas (CCS, CART 1725, CART 1726, CART 1727, CCAÇ 1737 e Adidos) que participavam no campeonato organizado pelos Magriços do BART 1922 e que se realizavam, ao longo do ano, no quartel.



Festa no dia dos meus 21 anos



Armazém no Congo Belga












Felizmente a comissão decorreu sem grandes problemas. O momento em que tive mais receio aconteceu num dia em que, resultado do atraso do reabastecimento de géneros, principalmente da falta de farinha para fazer pão, me foi dada a missão de me deslocar a um armazém para fazer a troca de um saco de feijão por dois sacos de farinha. O armazém situava-se no Congo Belga e tive de atravessar a fronteira juntamente com um elemento da população que me indicou o caminho. Fiquei mais sobressaltado quando estava a ver já o armazém e a sua porta de entrada na frente (como se pode ver na fotografia) e o guia me disse que tinha de seguir em frente (para onde é que este indivíduo me está a levar?), circundar o armazém passando pelas suas traseiras para entrar pela porta da frente. Ainda hoje me pergunto porque é que tive de dar a volta.
Na fronteira com o Congo Belga
























Pelo Comandante do BIA foi-me atribuído um louvor.

“Louvado pelo Exmo. Senhor Comandante do BIA – Batalhão de Intendência de Angola, em 29 de Outubro de 1968, pelo grande interesse e dedicação que tem demonstrado pela viatura que lhe está distribuída, não se poupando a esforços para que a mesma se apresente sempre da melhor maneira, tanto em limpeza como em condições de serviço. Todas estas qualidades aliadas à sua educação e aprumo o tornam exemplo digno de ser seguido pelos seus camaradas e o impõem à consideração e estima de iguais e superiores.” (Ordem de Serviço 53 do PI 1220, Pelotão de Intendência nº 20, de 4 de Novembro de 1968).


A viatura que me estava distribuída

Em 8 de Setembro de 1969 embarquei em Luanda, de novo a bordo do Vera Cruz, com destino a Lisboa, tendo chegado no dia 17 de Setembro.


Continuo a viver em Avintes, estou "reformado" mas continuo activo. Tenho dois filhos.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

ARMINDO GOMES TEIXEIRA - Moçambique






Mensagem de Armindo Gomes Teixeira, Soldado Condutor Auto Rodas, da CCaç 2706, BCaç 2914, Condulo (Niassa), Moçambique, 1970/72

Fui à inspecção militar em 6 de Junho de 1968.

Sou incorporado no CICA 1, Centro de Instrução e Condução Auto, no Porto, em 29 de Setembro de 1969, onde fiz a recruta.

Fui transferido para o RI 6, Regimento de Infantaria 6, na Senhora da Hora em 23 de Novembro de 1969, onde fiz a especialidade de condutor.

Fui transferido para BC 9, Batalhão de Caçadores 9, em Viana do Castelo, em 25 de Novembro de 1970, onde permaneci cerca de um mês, e aqui saiu a ordem de que fui mobilizado para Moçambique.

Apresentei-me no BC 10, Batalhão de Caçadores 10, em Cheves, no dia 28 de Fevereiro de 1970 e fui incorporado na Companhia de Caçadores 2706 do Batalhão Caçadores 2914; depois de umas curtas férias segui para o RI 13, Regimentos de Infantaria 13, em Vila Real, onde aguardei a data de embarque.




Em 25 de Abril de1970 embarquei no Navio VERA CRUZ, com destino a Moçambique.

Cheguei a Lourenço Marques no dia 11 de Maio de 1970 pela manhã; no dia seguinte naveguei até à cidade da Beira, e desembarquei em Nacala; depois segui de combóio até Nova Freixo (Niassa) e de Nova Freixo até Candulo (Niassa) tendo ficado aqui aquartelado; ainda passei por Marrupa e Mecula.

Estive durante dois meses em Chamba, junto à fronteira com a antiga Tanzânia, num destacamento da minha Companhia. Depois fui colocado no Sector de Transportes de Marrupa, tendo aqui permanecido até ao fim da comissão.


Aquartelamento de Gandulo - vista da Serra de Mecula


No dia 10 de Junho de 1971, numa das muitas colunas que fizemos, sofremos uma emboscada, tendo as três primeiras viaturas caíram debaixo de fogo. Eu conduzia a terceira viatura mas felizmente não tive nenhum ferimento.



Vista aérea do quartel de Candulo

Durante o tempo que estive em Moçambique a minha companhia sofreu três baixas, duas em combate e uma por doença.

Regressei à Metrópole de avião e passei á disponibilidade em 30 de Abril de 1972

Vivo em Avintes desde 1965, sou casado e tenho dois filhor e três netos.

terça-feira, 19 de abril de 2011

AGRADECIMENTO À GNR - AVINTES

Dirigimos à GNR de Avintes a carta cujo teor a seguir divulgamos:










ASSOCIAÇÃO DOS EX-COMBATENTES DO ULTRAMAR


                                                                           Exma. Senhora
                                                                           Comandante do Posto da GNR de
                                                                           Avintes

Avintes, 20 de Abril de 2011

Exma. Senhora,

Vimos junto de V. Exa. transmitir e agradecer o nosso apreço pela forma superior, digna e exemplar como foi feito o acompanhamento do cortejo de romagem ao cemitério paroquial, dos Combatentes de Avintes, no passado dia 16, em honra dos mortos de Avintes na Guerra de África.

Senhora Comandante, ao militar que nos acompanhou, Cabo José Monteiro, queremos tornar público o nosso agradecimento pela forma correcta, simpática e profissional como desempenhou a sua missão, apesar de dificuldades operacionais de última hora, e pela forma como nos transmitiu a sua disponibilidade e simpatia; com este feito, só veio dignificar o homem, o militar, a farda que veste e, acima de tudo, honrar a instituição que serve.

O nosso muito obrigado.

A Comissão Organizadora

domingo, 17 de abril de 2011

CONVÍVIO DE 2011














7º. CONVIVIO - 16 DE ABRIL DE 2011

O nosso companheiro Manuel da Costa Monteiro, durante o nosso convívio de ontem, em nome da organização, proferiu o seguinte discurso:

Companheiros, minhas senhoras

Em nome da comissão da Associação de Combatentes de Avintes, queremos agradecer a vossa presença.

Apresentamos um agradecimento muito especial às senhoras aqui presentes, pois vieram dar um colorido e um significado diferente aos nossos convívios e também porque vós desde sempre foram muito importantes nas nossas campanhas do Ultramar.

Minhas Senhoras, quantas de vós naquela época eram já as nossas namoradas, esposas, madrinhas de guerra ou amigas, enquanto nós estávamos no Ultramar?

Quanto sofrimento, quanta dor, quanta angústia porque passaram naquele tempo e muitas de vós ainda hoje sofrem na pele e na alma as consequências das mazelas que quase todos nós trouxemos de lá e que o Estado não quer reconhecer como tal.

Sofremos, tivemos medos, tivemos saudade, mas tudo era esquecido quando recebíamos os vossos aerogramas/bate-estradas. Tudo era lido com sofreguidão, com saudade e com ternura, pois quase sempre eram boas notícias. Nisso vocês eram responsáveis porque tinham o cuidado de não nos transmitirem as notícias menos boas. Por tudo isso é com toda a justiça que vos dizemos obrigado e pedimos aos nossos companheiros que vos dediquem uma forte salva de palmas.

Companheiros, o Padre António Vieira que viveu no século XVII escreveu “Defendeste a Pátria, cumpriste o teu dever; a Pátria foi ingrata, fez o que costuma fazer.”

Companheiros, temos de contrariar esta ideia. Servimos a Pátria; nenhum de nós pode ser esquecido; nenhum de nós pode deixar de ser honrado. Como sabem, o nosso sonho maior é a construção de um monumento aos Combatentes do Ultramar em Avintes. A Junta de Freguesia assumiu a responsabilidade de nos apresentar um projecto e um local para a sua construção. O local apresentado é na zona da Quinta da Mesquita, por trás da GNR, onde já se encontra um pórtico e um tanque. Estamos em negociações para que se encontre um local com outra visibilidade e dignidade. Hoje temos o prazer de vos apresentar a maqueta do nosso monumento, da autoria do arquitecto Octávio Alves.

Peço ao Antero que vos apresente a bandeira que nos foi oferecida. Companheiros, quero fazer um agradecimento especial: Antero, em nome dos Combatentes de Avintes, peço-te que transmitas à tua filha Alexandra, o nosso muito obrigado pela oferta desta bandeira e que a partir de hoje será o nosso guião. Bem haja.

Podereis ver o que virá a ser o registo da memória daqueles que viveram a Guerra de África e, especialmente, daqueles que tombaram ao serviço de Portugal.

Companheiros, é de inteira justiça apresentarmos os nossos agradecimentos:

Ao Sr. Dr. Nuno Oliveira, Presidente da Junta de Freguesia;
ao Sr. António José Vieira, que tem sido o nosso interlocutor na Junta de Freguesia;
e ao Sr. Arquitecto Octávio Alves,
Para eles pedimos uma salva de palmas.

Convidamos para estar presente neste nosso convívio o Sr. Arquitecto Octávio Alves, mas não pode estar presente. Na sua ausência vamos explicar o significado deste conjunto:

O Muro em granito, construído pedra a pedra, representa a nossa unidade, o nosso vigor, a nossa força e a nossa robustez. Representa ainda alguns acidentes de percurso, mercê das circunstâncias da guerra, marcada para sempre por baixas que deixaram os vazios que podemos ver no Muro. Os dez blocos tombados representam cada um dos nossos companheiros que deram a sua vida pela Pátria. A memória deles chegará ao futuro com a gravação do seu nome em cada um dos blocos. O Muro terá inscrita a frase de autoria do Arquitecto Octávio Alves – “OS QUE TOMBARAM, DEIXARAM ABERTO… UM VAZIO”.

Trata-se de um monumento belo e sublime que perpetuará os nossos feitos no Ultramar e que muito honrará certamente os presentes e lembrará aos vindouros todo um passado que nós soubemos honrar.

Mas companheiros como para tudo na vida não basta só o querer, não basta o sonho, temos de enfrentar a realidade e essa realidade é o custo que o monumento acarreta, que não é pouco, são cerca de oito mil euros que teremos de arranjar. Não é este ano mas será certamente para o próximo ano que iremos realizar o sonho. Tudo dependerá de nós e temos de contar com a boa vontade de todos. Sabemos as dificuldades que atravessamos mas, como diz o ditado, uma grande caminhada começa sempre com um pequeno passo. Hoje vamos dar uma prova cabal de que iremos dar esse primeiro passo para angariar fundos para construir este monumento. Para isso vamos pedir que cada um de vós faça o seu contributo junto dos companheiros que irão junto de cada uma das mesas.

Depois iremos fazer o leilão do leitor de DVD sorteado o ano passado e que não foi reclamado pelo vencedor e ainda o leilão das vossas ofertas que hoje recebemos.

Queremos anunciar que o Sr. António, o nosso cozinheiro contribuiu para a nossa causa com cento e setenta euros. Para ele uma salva de palmas.

Companheiros, como muitos de vós sabem, no nosso blogue COMBATENTES DE AVINTES, já temos várias estórias de colegas nossos. Temos afixado nestas paredes alguns exemplos. Este conjunto de estórias servirá para construir a História dos Avintenses, na Guerra de África. Em todas as mesas deixamos impressos para que escrevam algumas coisas da vossa vivência no Ultramar e pedimos que juntem algumas fotografias (que vos serão depois devolvidas). Façam-nos chegar tudo isto e continuaremos a construir a nossa História conjunta.

Companheiros, queremos apresentar os nossos agradecimentos às várias pessoas e entidades que nos têm dado a sua colaboração:

Ao António Soares (Poeta) pela cedência da instalação sonora;
Ao Padre José Augusto Oliveira;
À Guarda Nacional Republicana, posto de Avintes;
À Foto Fonseca, na pessoa do nosso combatente repórter Manuel Martins Fonseca;
Ao Jornal Audiência pela colaboração que nos tem dado;
Aos funcionários do Restaurante, pela sua simpatia;
À Fanfarra de Lever pelo qualidade do serviço que nos prestou, bastante acima do que havia sido contratado.
Todos são merecedores de uma calorosa salva de palmas.

Companheiros, terminamos com um agradecimento a todos, pela vossa presença, pelo contributo que deram a esta nobre causa e pedimos, quando forem de novo solicitados, que o façam com o mesmo empenho que hoje aqui demonstraram.

Obrigado e até sempre.

A Organização


1961 - 2011 - 50 ANOS

Durante este convívio, e porque este ano se comemoram os 50 anos do início das campanhas de África, entendemos ser justo prestar uma singela homenagem aos militares de Avintes que, em 1961, embarcaram para o teatro de guerra e que estiveram presentes. Os nossos camaradas de armas são:


                Francisco Lopes dos Santos
                João Marques de Oliveira (Índia)
                Dr. Joaquim Cardoso Magalhães
                Joaquim Lopes dos Santos (1959/61)
                José Carlos Rodrigues Oliveira
                Manuel Augusto Baptista Oliveira
                Manuel Lino de Sousa Baptista

A homenagem consistiu na entrega de uma garrafa com um rótulo alusivo à efeméride e nele consta a imagem do navio “Niassa” que transportou o primeiro contingente de tropas e a frase “50 ANOS DA PARTIDA PARA O ULTRAMAR“.

Por falha nossa não foi possível fotografar os homenageados. Simbolicamente iremos publicar a fotografia de um dos nossos combatentes, tirada à posteriori, em representação de todos os outros.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

FRANCISCO LOPES DOS SANTOS - Angola












Mensagem de Francisco Lopes dos Santos, Soldado condutor da CCAÇ 94, Negage, Ambriz e outros, Angola , 1961/63, com data de 12 de Abril de 2011
Gostaria de partilhar duas pequenas estórias, que têm coincidências curiosas, vividas por mim, aquando do meu regresso:
1º. -  No dia 21 de Abril de 1963, quando a minha unidade se deslocou para o porto de Luanda para o nosso regresso, o paquete Vera Cruz tinha acabado de chegar. Qual o meu espanto quando encontro, acabados de desembarcar no navio que me havia de trazer, três conterrâneos nossos: o Manuel Simões (vive em Gradouro), o Joaquim Alves Marques (conhecido como Quim Famalicão e que tem participado nos nossos convívios) e ainda o Francisco (conhecido como Chico Coveiro e que vive na zona de Quintã).

2º. - No dia 2 de Maio de 1963, depois de XX meses em Angola e de XX dias de viagem, chegamos a Lisboa a bordo do paquete Vera Cruz. Desembarcámos e de imediato iniciámos a viagem de comboio, de regresso a Braga. Viajámos durante toda a noite e chegámos a Braga no dia seguinte, dia 3 de Maio. Depois de sairmos do comboio, na estação de caminho de ferro de Braga, seguimos em desfile pela Avenida da Liberdade, Rua do Souto e outras artérias em direcção ao RI 8 - Regimento de Infantaria 8. Tratava-se do regresso à unidade mobilizadora e era aqui que tínhamos de fazer o espólio e, ao mesmo tempo, tratava-se também da primeira unidade que havia seguido para África. Depois da entrada no quartel e de ter feito o espólio, encontro já perfilhados para seguir, com destino a Lisboa e a Angola, os nossos conterrâneos José Manuel Ferreira Gonçalves (o Manuel Russo) e o José Maria Pinto da Costa (o nosso conhecido “Bombeiro”, que foi jogador do FCAvintes).

Gostaria ainda de divulgar algumas fotografias da minha passagem por Angola e de dar um destaque especial à fotografia do paquete Niassa, tirada no dia 21 de Abril de 1961; eu seguia a bordo - era o primeiro contingente de tropas que partia para África.

Gostaria ainda de destacar, pelo seu significado especial, demonstrativo da nossa Fé, da fotografia do andor de Nossa Senhora de Fátima, transportado por soldados, nas cerimónias de Fátima no distante ano de 1962, e que recebi em Angola, enviada pela minha noiva, hoje minha esposa; nessa fotografia a minha noiva escreveu a frase “Que Nossa Senhora de Fátima vos ajude”.


Fui sempre bom a fazer amizades


Com as papaias na rectaguarda


O regresso
 


 




Eu também sabia nadar...
 


O descanso do guerreiro


















A negociar um cacho de bananas...
  
...negócio fechado!















A fazer acção psicológica


Eu também sabia remar...
  

Reparem no pormenor da meia branca

Já escolhia bons pneus

Andor de Nª. Senhora de Fátima, 1962

21 de Abril de 1961 - 1ª partida do Niassa
  
Brevemente voltarei ao contacto dos meus camaradas de armas.


quinta-feira, 14 de abril de 2011

RECORDAR É VIVER


RECORDAR É VIVER - OUTROS CONVÍVIOS