Mensagem de Manuel dos Santos Ferreira, Soldado Sapador, que pertenceu à CCS – Companhia de Comando e Serviços do BCAÇ 1884 – Batalhão de Cavalaria 1884, Zemba e Ambriz, Angola, 1966/68, com data de 31 de Agosto de 2011
Assentei praça no dia 25 de Outubro de 1965, no GACA 3, em Espinho, onde fiz a recruta.
Em 5 de Janeiro de 1966 fui colocado no Regimento de Infantaria 2, em Abrantes, e aqui fiz a especialidade de Sapador.
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Na pista de aviação de Zemba (em terra batida) |
Em 15 de Março de 1966 fui colocado no RC 7 - Regimento de Cavalaria 7, em Lisboa para formar Batalhão, por ter sido mobilizado para Angola.
Passei a fazer parte da CCS – Companhia de Comando e Serviços do BCAÇ 1884 – Batalhão de Cavalaria 1884. Comandou este Batalhão o Tenente-Coronel José Maria Fontes Pereira de Melo; a minha Companhia era comandada pelo Capitão Ferreira.
Em 15 de Abril de 1966 embarquei no “Niassa” rumo a Angola.
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Navio Niassa que nos transportou até Luanda |
Estive durante quatro dias em Luanda, no Campo do Grafanil, e parti de seguida para a zona dos Dembos, mais propriamente para Zemba. Estive em Zemba durante catorze meses. Depois fui colocado em Ambriz até Junho de 1968. No dia 9 de Junho de 1968 embarquei, em Luanda, no navio “Quanza”, e cheguei a Lisboa na véspera de S. João, dia 23 de Junho.
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Vista do quartel de Zemba a partir da nascente de água onde nos abastecíamos |
Durante a comissão de serviço o meu Batalhão sofreu nove baixas, sendo cinco mortos devido a acidente de viação, um por suicídio e três mortos em combate; os mortos em combate aconteceram todas no dia 11 de Julho de 1967. Tivemos ainda quatro feridos, um deles com gravidade. Recordo que um dos mortos devido a acidente de viação, em Quitexe, na estrada Carmona - Luanda, em 7 de Dezembro de 1966, o soldado David do Nascimento Rogado, natural da freguesia de Marialva, concelho de Meda, ficou sepultado em Angola, no cemitério de Vista Alegre, em Quitexe.
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Travessia do rio Dange, a vau, quando nos dirigíamos a Carmona |
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Cobra que foi abatida pelo Alferes Malheiro, comandante do pelotão e 2º Cmdt. da CCS |
Pelo Comandante da Companhia foi-me concedido um louvor.
A terminar quero recordar com enorme satisfação, o militar que melhor compreendia as dificuldades de todos nós devido ao seu elevado humanismo, o Alferes Miliciano Malheiro e que esteve sempre ao lado de todos os soldados. A ele um BOM HAJA!
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Postal de Natal que enviei de Zemba |